Representantes de organizações não governamentais, de entidades da sociedade civil, movimentos sociais, líderes comunitários, policiais, acadêmicos e políticos se uniram, neste sábado (6), em torno de um único objetivo: iniciar a construção de um documento que vai nortear as políticas públicas de enfrentamento à violência no Recife. A Consulta Pública foi realizada no Centro de Formação de Educadores Paulo Freire, na Madalena. Mais do que um plano da Prefeitura, o Pacto Pela Vida do Recife será um instrumento da cidade, feito por pelos próprios recifenses.
Das 9h às 14h, 575 pessoas debateram soluções para a redução da criminalidade no Recife. “Tudo o que foi registrado será objeto de análise na Prefeitura”, destacou o prefeito Geraldo Julio, que fez a abertura do evento. Em maio, a Prefeitura apresentará o Pacto Pela Vida do Recife à sociedade. Os interessados em contribuir com o pacto ainda podem enviar sugestões pela internet. O formulário está disponível através do link: http://bit.ly/ppvrecife.
A sala temática que recebeu o maior número de participantes foi a de Controle Urbano, Mobilidade e Infraestrutura, que contou com 110 cadastrados. Para o secretário de Infraestrutura e Serviços Urbanos do Recife, Nilton Mota, que mediou o espaço, as sugestões dadas foram proveitosas. “As pessoas levantaram alguns pontos que não eram muito lembrados pelo poder público. Também recebemos demandas que já estão a caminho de serem contempladas”, afirmou.
Entre as demais salas; 92 pessoas escolheram a de Participação Popular, Governança, Controle Social e Sustentabilidade; 90 a de Educação, Qualificação Profissional e Inovação; 90 a de Integração de Políticas Públicas e Sistemas de Informação; 82 a de Políticas Afirmativas e Recuperação de Situação de Risco; e 40 a de Cidade Saudável. Além disso, 71 pessoas da equipe de apoio do evento também foram credenciadas e participaram do debate.
Foram recebidas sugestões das mais diversas áreas. Para a líder comunitária do Engenho do Meio, Lucineide Brasil, é preciso investir em programação infantil nas praças dos bairros. “Onde moro, as praças têm brinquedos, mas sinto falta de outras atividades para as crianças.” Já o vice-presidente da ONG Crescer Mangabeira, Geraldo Cavalcanti, acredita que uma das saídas para reduzir a violência na cidade é investir em escolas e bibliotecas. “Dessa maneira, melhoramos a educação e a qualidade de vida das nossas crianças e jovens.”
Todas as propostas viáveis do ponto de vista de execução e também do financeiro serão incorporadas ao documento. Após o lançamento do pacto, as metas estabelecidas serão monitoradas semanalmente. O resultado desse monitoramento será apresentado nas reuniões do Comitê Gestor do Pacto Pela Vida do Estado. “Vamos transformar o Recife em uma das capitais mais seguras do País”, pontuou Geraldo Julio.
Para o coronel Basílio Barbosa, do 16º Batalhão da Polícia Militar, o evento de hoje foi bom para escutar a opinião da população. “Ouvimos muitas sugestões pertinentes. Algumas pessoas fizeram críticas também, mas isso nos ajuda a corrigir os erros”, comentou.
Os participantes também aproveitaram o evento para expor iniciativas que dão certo no Recife. Foi o caso da estudante de Direito Eliane Maria de França Pinto. Moradora da Vila Arraes, na Várzea, ela trabalha com egressos do sistema prisional. “Temos um grupo que conversa com os familiares dos ex-presidiários e tentamos arrumar uma ocupação para que eles não fiquem ociosos e acabem voltando para o crime ou tornado-se vítimas”, explicou
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